segunda-feira, 27 de maio de 2013

Umbanda X Espiritismo


Abaixo segue duas citações do livro ARUANDA (de Robson Pinheiro pelo espírito Ângelo Inácio):

      "Creio que a atual confusão que se faz nas terras brasileiras quanto ao "Espiritismo e à Umbanda fez surgir uma espécie de reserva nos chamados médiuns de mesa em relação aos médiuns de terreiro. O estigma gerado foi tão grande que os irmãos espíritas parecem "tremer nas bases" toda vez que alguém confunde as duas religiões. É claro que sou a favor do esclarecimento do povo e da sociedade em geral, mas, primeiramente, é preciso fazê-lo no meio onde impera essa confusão, isto é: entre espíritas e umbandistas. Por que tanto desconhecimento e mal-entendido assim, meu Deus?

      Espiritismo é Espiritismo e disso nenhum de nós duvida, assim como Umbanda é Umbanda e não há como deixar de distinguir as duas coisas. No entanto, a guerra que se faz por aí contra os espíritos que se manifestam como pretos velhos e caboclos é tão grande que serve apenas para fortalecer o preconceito.

      Da mesma forma, ninguém ignora que muitas instituições espíritas veneráveis, embora de forma velada, acabaram aceitando a presença desses companheiros desencarnados, como os pais velhos, pois sabem que a forma exterior não é nada, mas a essência é tudo. Fico aqui pensando e rascunhando meus escritos: será que nossos companheiros de Doutrina Espírita acham que espírito atrasado só pode ser preto velho? Será que brancos idosos, com olhos azuis e cabelos loiros, acaso não podem ser espíritos obsessores?

      É necessário voltar para o que ensina Allan Kardec em O LIVRO DOS MÉDIUNS. Ele esclarece que o espírita, tanto o evocador quanto os médiuns, deve se ocupar mais com a análise do conteúdo da comunicação que com a forma ou o nome com que se manifesta o comunicante; observar o que o espírito diz, sua elevação moral. Todavia, diante de tanto receio com relação a essa tremenda confusão religiosa, o que muitos estão fazendo é exatamente o oposto do recomendado pelo codificador. Esquecem-se do conteúdo — ou melhor, nem deixam o espírito comunicar-se direito, pois logo querem doutriná-lo. Só porque o infeliz resolveu manifestar-se como um preto velho!

      Também, que assim seja: por que, afinal de contas, ele não escolheu ser um branco velho? Talvez assim pudesse fazer seu trabalho direito... pelo menos, entre muitos espíritas."
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      "— Ângelo, você é um espírito que se afiniza muito bem com o método educacional espírita, e não vejo razão para ser diferente. Nosso campo de trabalho é outro. Envolvemo nos com companheiros que trazem uma lembrança atávica impressa em seu campo espiritual. Sua cultura, seus costumes e crenças, vividos ao longo de encarnações e encarnações, forçamos a falar uma linguagem diferente, para que sejamos compreendidos com clareza. Contudo, a verdade que desejamos transmitir é a mesma, Ângelo.

      E não ignoramos de modo algum o sentido divino que existe na codificação espírita. Reconhecemos a natureza do Espiritismo e a verdade da revelação dada a Allan Kardec. Em essência, ensinamos a mesma coisa, pontificamos a mesma verdade: nosso alvo é que é diferente, nosso público é outro. Por isso julgamos necessário nos apresentar dessa forma e falar nessa linguagem mais simples, popular. A meu ver, ao agir assim praticamos o método que herdamos do grande professor da Galileia: a pescadores, falar sobre pesca e marés; a cobradores de impostos, referir-se a moedas e talentos.

   Isto é: a cada um, a mesma verdade, adaptada, porém, a seu entendimento, sua cultura e sua maneira de ver a vida"

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